2 Leaving to Zion
3 General Penitentiary
4 Guess Who's Coming to Dinner
5 Abortion
6 Natural Reggae Beat
7 Plastic Smile
http://almoxarifadoempoeirado.blogspot.com/2009/08/download-black-uhuru-guess-whos-coming.html
Nome da Musica: Brasil com "P"
Autor: GOG
GOG: Brasil com "P" foi composta no ano 2.000, é faixa integrante do meu 5º Cd - CPI da Favela - e foi gravada ao vivo no meu primeiro e mais recente DVD - Cartão Postal Bomba! com a participação de Maria Rita e da Banda MPB-Black, já foi lançada em livro, revistas e em breve será apresentada como uma peça de teatro.
Ela surgiu diante de vária inquietações:
- Nos anos 70, eu observava, sem entender, o por que de Brasil ser escrito com "Z" nas caixas de papelão. A frase completa era: Made in Brazil. Isso me intrigava e passou a me incomodar.
- 4P(pronuncia: quatro pê) - Poder Para o Povo Preto - Essa frase, imortalizada no hip hop brasileiro pelo parceiro KL Jay, também me serviu de inspiração, já que a letra "o" entre as palavras para e povo me incomodava.
- Ouvir maestros, cantores, críticos musicais dizendo: rap não é música, não tem poesia.
Daí pensei: vou escrever algo sem vogais, conjunções, só com a letra "p", e mais tem que ter sentido e expressão.
Foi desse desafio que nasceu a letra, mostrar que se sou o povo, posso ser o que quero.
O processo da escrita, por mais que tenha sido trabalhoso, foi bem mais fácil do que chegar à idéia conceitual da letra, que foi escrita rapidamente e hoje conta com a continuação que é "Proxíma Parte" faixa do cd Tarja Preta.
Hoje percebo que a obvervação e a inovação são pontos imprescindíveis no verso, prosa, poesia, enfim no texto literário. Digo isso, colhendo belos frutos dessa criação.
Conte um pouco do momento que vivia ao compor esta Música?
GOG: Eu vinha de um disco muito forte, "Das Trevas à Luz".
O que fazer? Como inovar e contribuir, verdadeiramente, à cena do hip hop brasileiro?
A respostas a esses questionamente teriam que vir sob a forma de boa música.
Se esta musica pudesse se materializar em forma de gente, qual figura seria? Porque?
GOG: O traballhador e a trabalhadora brasileiros.Eles se viram de várias formas, todas criativas para sobreviver. São desrespeitados, mas de uma forma bem objetiva, dizem à todos os incrédulos: olhem eu aqui!
O que acha da iniciativa do blog Música Preta Brasileira (MPB) em abrir espaço para o autor contar a história da Música?
GOG: A sensação foi que eu embarque numa nave e retornei no tempo.
Me sinto, realmente, muito agradecido por essa oportunidade, principalmente nesse dia a dia de todo dia que é só pensar no outro dia.
Que lôco né?
Fomos para um sítio no interior de SP e por lá ficamos compondo e gravando por um mês, levando tudo o que a ocasião pedia. Juntamos o bando de maluco sem casa que sobrou pra decidir onde geral iria morar dali pra frente. Tudo fluiu em perfeita harmonia, todos tinham a casa dos sonhos parecida com a do outro e não tão diferente da que morávamos. Conclusão: optamos por ficar no mesmo prédio mas, dessa vez, sem pagar aluguel, mudamos para o SUBSOLO onde a gente tem toda liberdade de fazer barulho, não importa a hora.
Como onde a luz não chega, prevalece a escuridão e os tons de cinza, esse álbum saiu mais melancólico e obscuro, sem falar que é um álbum completamente diferente do primeiro em todos os sentidos.
Esse disco foi a realização de um sonho antigo que todos sempre tivemos em comum, algo do qual pudéssemos nos orgulhar, algo que compensasse todas as provações pelas quais passamos, e chega a refletir um pouco a época conturbada em que foi gravado. Acreditamos que conseguimos mais do que nos propusemos a fazer: os que estavam no sítio hoje viraram uma família de verdade. Tudo o que queríamos era fazer um álbum que nos desse orgulho, mas até então nós só tínhamos a certeza de que queríamos fazer música boa. Inconscientemente esbarramos em uma proposta, “fazer um álbum de RAP nacional com o mesmo nível de qualidade artística que o dos nossos ídolos gringos, porém de acordo com a nossa realidade e o momento em que vivemos”.
Só quando ouvimos o material que tinha sido gravado que nós nos tocamos do que tinha acontecido. O coletivo gravou um álbum tenso, obscuro, repleto de críticas, desabafos, poesia, e com a nossa filosofia estampada em cada caixa. Sabíamos que ia ser um álbum não-convencional e que estaríamos contrariando todas as regras de mercado pra um produto comercializável e, por isso mesmo, ligamos o foda-se! Fizemos um álbum sério, mas sem adotar um tom panfletário. Imersos em nossa música, abstraímos o mundo do lado de fora do nosso estúdio e, na nossa mente, nos referíamos a ele apenas como algo realmente do lado de fora, como objeto de críticas ou poemas.
Esse é um álbum que visa enxergar o Rap Nacional como algo em constante mutação, nunca algo estagnado e inflexível. Nosso rap fala da nossa vida e a nossa vida está em constante mudança, adaptação e evolução. O resultado você confere nesse álbum meticulosamente elaborado e homogêneo que está aí pra provar que, às vezes, alguns andares a menos resultam em alguns degraus a mais.
http://www.myspace.com/subsoloodd